ALLADIN INSANO: AS ARTES DE LUIZ “Ricardo” SANTOS

(Por Claudemir Santos)
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Luiz Santos chegou Luiz Ricardo à Aldeia Satélite em um curso de teatro promovido, na época, por uma Fundação Tide Setúbal, ainda sob a coordenação de um democrático e venerável Inácio Pereira, em 2017. E ficou. Meio que um de nós, sabe? Presente nos saraus, nas apresentações, nos cursos, aos poucos fomos descobrindo no rapaz já homem um estudante já artista. A arte de Luiz foi surgindo sarau a sarau, curso a curso. A timidez e o silêncio por vezes revelando um conhecimento artístico e uma verve criativa rara e cara.
Luiz canta, atua, desenha e escreve. Seu universo é uma mixórdia pop moderna, acentuada por vezes em algumas camadas a mais de blues e dos quadrinhos dos anos sessenta. Luiz produz também. No espetáculo “Nossa Senhora de Paris”, revelou-se sensível a universos propostos e enriqueceu o visual do espetáculo com suas ideias e sua silenciosa atuação como carrasco. Nos vídeos nas redes sociais, pode-se ter uma dimensão de seu trabalho. Alguns encontram-se ao final da matéria.
Artisticamente insano, silencioso e presente, nosso Luiz, que já esteve no palco sozinho, com o Karma Base (sua banda) e nas peças teatrais, agora sobe ao lado de Darkney para, juntos, realizarem um tributo a Legião Urbana, uma das bandas ícones do rock nacional.
Na entrevista abaixo, Luiz Santos afasta-se do silêncio e nos envolve com suas ideias e seus pensamentos. Alladin acende suas luzes e nos ilumina por alguns instantes. Apreciem a conversa.
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ENTREVISTA
ALDEIA SATÉLITE – Quando você começou a gostar de música a ponto de ser músico?
LUIZ SANTOS – Na verdade ambas as coisas vieram ao mesmo tempo, pois não me lembro de muito do que eu escutava pouco antes de pegar em um instrumento. Creio que o filme “Escola de Rock” tenha sido o gatilho inicial, mesmo com representações caricatas e alguns estereótipos, conseguiu gerar certo interesse através da identificação com certos elementos presentes no filme, mesmo distantes da minha realidade.
ALDEIA SATÉLITE – Como você define o som do Karma Base?
LUIZ SANTOS – Inicialmente a proposta foi um Blues Rock Psicodélico com estética do som do Jimi Hendrix Experience, Cream, Iron Butterfly, Deep Purple, The Doors, etc. e muitas influencias do Rock Progressivo/Art Rock que eu escutava muito na época, com longos trechos instrumentais, e quando havia uma letra presente, carregada de Simbolismos e Surrealismo. O primeiro EP, lançado em 2016, carrega bastante essa receita mesmo tendo momentos mais Pop, como a dançante Extase em Noir e a Folk Novo Amanhecer. Após uma pausa de mais de um ano, e depois de absorver o som bandas mais novas e outros gêneros e fechar uma nova formação, houve uma mudança na sonoridade na banda, que se mostra no segundo EP, de 2018, que possui muitos momentos acústicos e uma sonoridade mais polida. Atualmente, temos apostado em um som mais cru, que não possa ter muita diferença do gravado em estúdio, como a Contry Rock Blackberry Smoke e o Stoner Blues do Stoned Jesus, Space Goat e Danzig. Um problema do que fora feito nos EPs anteriores, é que algumas musicas permanecem inéditas ao vivo até hoje por não ser possível a execução com apenas três músicos, fato que estamos evitando atualmente na concepção das novas musicas. Creio que a definição mais abrangente para o nosso som seria HardBlues -Rock Psicodélico.

ALDEIA SATÉLITE – Como está o circuito para bandas alternativas como o Karma Base?
LUIZ SANTOS – Já esteve mais complicado, mas cada vez mais as casas de shows menores tem aberto espaço para bandas autorais, como o Underground Club e Clube Satva e Silsi Rock Bar, e tem crescido uma união entre as bandas, na promoção de eventos.

ALDEIA SATÉLITE – Você também flerta com o teatro e as artes visuais. Como é trabalhar estas outras linguagens?
LUIZ SANTOS – É um adendo mais que necessário, desde as técnicas de voz e dicção até a expressão corporal, problemas que eu sempre tive e dificultavam diversas áreas, seja da vida pessoal ou profissional. Quanto às artes visuais, já manifestava antes mesmo da música. Era muito mais introvertido do que sou hoje, então era a forma de expressão com a qual eu sempre podia contar, principalmente quadrinhos.
ALDEIA SATÉLITE – Quais seus próximos passos na arte? Lançamento de música, publicações, etc.
LUIZ SANTOS – Publiquei na web e fisicamente, em formato de zine o primeiro capítulo da aventura espacial Herbie & Hancock, com poucas copias, e tenho distribuído nos centros culturais por onde tenho passado. Estou também revisitando antigos contos que escrevi anos atrás e dando continuidade a um conto maior que pretendo publicar por hora também em formato zine ainda esse ano, e assim que fechar os 5 contos, procurar uma editora e seguir adiante. Quanto a banda Karma Base, estamos com um bom repertório de musicas novas, prontas para fechar um novo disco, e esse mês começaremos a gravar um novo single. Ao final do ano pretendemos lançar o videoclipe de Senhor da Chuva, musica do segundo EP.

+ SOBRE LUIZ SANTOS
Guitarrista na banda Perestroika em 2015

Atuou e participou da escrita e montagem na Peça Dia Útil em 2017
Atuou na gravação do Clipe Buried Throughts, da Banda Insane Driver https://www.youtube.com/watch?v=gV4XZMaa9wQ
Figuração no episódio piloto da SÉRIE DREAMER Audiovisivo Films

Participação em diversas edições do Fanzines nas Zonas de Sampa
Oficineiro de Violão Popular e Histórias em Quadrinhos no Grupo AgregArt
Atuou na Peça “ O Grito da Cidade” em 2018
Atuou na Peça Nossa Senhora de Paris, em 2019
Publicações de Contos, Poemas e Histórias em Quadrinhos curtas pelo blog http://moonlightridereyes.blogspot.com/ e outros trabalhos em artes plásticas também públicos no instragram https://www.instagram.com/luiz_trovador/
Estuda Produção Audiovisual na UNIP
Guitarrista, compositor e vocalista na banda Karma Base (antiga Humani Cordis), com os EPs Karma Base, gravado em 2016